António Lopes (professor e investigador), Gonçalo Lobo Xavier (APED), Jorge M. Soares (IBM
Portugal) e Paulo Lopes (Xpand IT) foram os convidados da iniciativa Momentos Singulares
VI, moderada por José António Porfírio (Universidade Aberta) e Paulo Loja (RHmais)
A RHmais e a Universidade Aberta (UAb) juntaram ontem de manhã, no Auditório da Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro em Telheiras, um grupo de especialistas para debater o tema “Inteligência Natural versus Inteligência Artificial”. A sexta edição do evento “Momentos Singulares - Gerir no Século XXI” contou com a participação de responsáveis da IBM Portugal, APED, Xpand IT e de um investigador desta tecnologia no desporto.
À primeira questão lançada pelo moderador Paulo Loja (Diretor Comercial e Marketing Estratégico da RHmais), a opinião dos convidados foi unânime: a Inteligência Artificial (IA) e os robôs não substituirão os humanos, serão sim complementares à Inteligência Natural.
Entre exemplos reais, desconstrução de mitos e receios, os convidados falaram sobre as oportunidades da IA, destacando a importância dos contextos político e social para o seu entendimento e abordando os desafios das questões éticas nas várias sociedades.
Citações dos oradores do debate:
António Lopes (Investigador de IA no desporto): «A IA serve como complemento à nossa atividade, uma vez que, nas várias áreas, esta é humana e a decisão final continua a ser da pessoa. Somos nós os criadores e mestres destas ferramentas e podemos manipulá-las. O que a tecnologia nos tem trazido de melhor é a nossa superação».
Gonçalo Lobo Xavier (Diretor-Geral da APED - Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição): «Espero que sejamos nós a controlar os robôs e não o contrário, fazendo com que as pessoas não tenham medo deles. Sabemos que no futuro, com a evolução tecnológica, irão desaparecer algumas profissões mas também surgirão novas e todos temos de fazer um esforço para esta transformação. Temos de nos adaptar, de formar e preparar as pessoas para as novas realidades.»
Jorge M. Soares (Software IT Client Architect da IBM Portugal): «O que temos hoje em dia é uma IA restrita, focada sobretudo em reconhecimento de padrões - imagem, texto e som - não é uma IA genérica. Até ao momento, não existe qualquer prova que esta tecnologia vai substituir o ser humano e não há razões para ter medo. Se algum dia vier a existir uma IA genérica que possa ameaçar o ser humano, acredito que nós de alguma forma nos autorregulamos e iremos pô-la a funcionar em nosso benefício e não contra. Posso ser idealista mas estou do lado da corrente que defende que a IA está para conviver com as pessoas e auxiliar, e não para criar momentos de singularidade na sociedade e fazer-nos escravos dela. É importante perceber-se que a IA veio para ficar e que, tal como as máquinas, os humanos também têm de ser ensinados e treinados para esta evolução.”
Paulo Lopes, CEO & Partner da Xpand IT: «Não tenho a visão de Skynet como vemos nos filmes e séries de ficção científica. Não acho que vai existir um robô ou uma entidade que nos vai controlar e nós continuaremos a ter poder, mas penso que há o potencial fenómeno de as máquinas poderem ser capazes de tomar decisões melhor que nós, graças à elevada capacidade de processamento de dados e recolha de mais informações, e acredito que isso irá acontecer num curto prazo. Isto vai levar a que exista um shift de autoridade e surjam muitos desafios, a nível ético por exemplo. O grande desafio no futuro será perceber até que ponto os seres humanos vão ter capacidade de, numa escala global, ter regras e entendimentos comuns sobre um código ético, conseguindo criar um ecossistema global a trabalhar em comum para responder a estes desafios.»
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