83% do alojamento disponível em Portugal já pode ser reservado on-line (websites, plataformas de reservas) e gera 41% do volume das vendas do sector
“Ainda existe uma oportunidade real de continuar a crescer o turismo português por meio do on-line. Isso pode incluir interações on-line aumentadas com potenciais viajantes por meio de canais preferidos de reservas e informações, além de maior alcance para novos mercados para Portugal e mais distante do país, como Estados Unidos, Brasil e China. As interações on-line podem estimular a procura e ajudar Portugal a ganhar participação de mercado dos concorrentes ”, explica David Goodger, Managing Director da divisão de Economia do Turismo da Oxford Economics.
Os impactos estimados sobre o emprego no estudo são totalmente consistentes com um adicional de 1,3 mil milhão de euros em gastos com turismo de acordo com a estratégia de turismo de Portugal, bem como com as expectativas da Oxford Economics em relação ao PIB e emprego e à pesquisa anual de impacto económico do WTTC.
Experiência mobile
Segundo o estudo, cada vez mais, os viajantes procuram plataformas on-line antes, durante e depois das viagens, uma dinâmica na qual o conteúdo on-line é a fonte mais confiável de informações de viagens e cerca de 80% das viagens globais são influenciadas por conteúdos on-line.
Os viajantes estrangeiros estão mais conectados que os residentes portugueses e preferem serviços digitais. O acesso móvel pode beneficiar os viajantes e o setor de viagens português, especialmente se as estratégias de negócios on-line forem direcionadas para os requisitos de viajantes internacionais. No geral, os turistas estão cada vez mais a usar dispositivos móveis para pesquisar destinos, inclusive enquanto viajam.
Ainda segundo o estudo, cerca de 61% dos viajantes fazem o download de aplicativos relacionados a viagens antes das viagens, enquanto 87% dos millennials dizem que seus smartphones são o item de viagem mais essencial.
Ao ser o mobile a principal experiência dos utilizadores, o tempo e o desempenho são fundamentais. Um estudo da Google mostra que websites mobile que carregam em 5 segundos conseguem obter 2x mais receitas de publicidade mobile do que os websites que têm tempo de carregamento de 19 segundos. Esse fator é reforçado em outro estudo, também da Google, que revelou que 53% das visitas são abortadas se o website mobile demorar mais de 3 segundos a carregar e vai piorando à medida que o tempo de carregamento aumenta.
Estratégia digital
O estudo da Oxford Economics conclui que a percentagem de receita gerada pelo setor de alojamentos através do comércio electrónico é maior do que na economia em geral na grande maioria da Europa. Essa importância é ainda maior em Portugal, onde cerca de 40% da rotatividade do setor de acomodações é contabilizada pelas vendas on-line através de sites de negócios e outras plataformas, incluindo OTAs, em comparação com apenas 18% em outros setores.
O estudo refere, com base em análises feitas por outras entidades, que a inovação com base em insights aumenta a produtividade - em geral, o aumento médio foi encontrado entre 5% e 13%, com impactos positivos na experiência dos consumidores
Não só as grandes empresas beneficiam de uma estratégia digital, mas, com o fácil acesso e a proliferação de novas plataformas, as PME portuguesas podem facilmente competir com as empresas de maior dimensão continuando a integrar tecnologia no seu negócio e a proporcionar serviços adaptados aos seus consumidores.
De acordo com o estudo da Oxford Economics, as empresas de turismo em Portugal ficaram abaixo da média da UE em várias medidas de adoção de TIC e o país foi classificado como o mais baixo em termos de empresas com sites (de acordo com a pesquisa da Comissão Europeia para o portal de Prestação de TIC e Suporte às Empresas de Turismo).
“As pequenas empresas são um motor essencial de inovação e crescimento da economia, e embora a Internet tenha criado muitas novas oportunidades, também introduziu uma complexidade que muitos proprietários não têm tempo para navegar -- ainda que eles saibam que o sucesso depende de encontrarem novos clientes e mantê-los”, destaca José Maria Júdice, Industry Manager da Google para o turismo em Portugal.
A Indie Campers é uma empresa que nasceu digital e quer se tornar a empresa número 1 no serviço de autocaravanas. “Com a complexidade de gerir um negócio que depende da sazonalidade e das preferências de mais de 120 nacionalidades de clientes que viajam para mais de 40 destinos (até o momento), ter acesso aos insights que as estratégias de aquisição digital oferecem nos permitem comercializar nossos serviços em qualquer lugar, no melhor momento e da maneira mais eficiente”, define Hugo Oliveira, CEO e fundador. “Sendo um negócio digital, as nossas tomadas de decisões são data-driven, coordenando nossos próprios insights com as tendências de mercado para identificar oportunidades de expansão. Nossa mentalidade digital faz de nós um empresa global, rápida e um caso de sucesso em crescimento”, acrescenta.
Mercados emergentes
Existe um conjunto de mercados emissores que têm ganho preponderância no turismo nacional nos últimos anos, como é o caso do Brasil e EUA, que nem sempre estão interessados no mesmo tipo de atividades e nas mesmas regiões de Portugal que os mercados emissores tradicionais. Conhecer e acompanhar a evolução das preferências dos principais mercados emissores e do tipo de destinos é, por isso, crítico e mais facilmente compreendido através de uma melhor e mais profunda utilização dos dados disponíveis.
Segundo a Oxford Economics, a maior captação de turistas destes mercados emergentes e geração de receitas potenciais podem ser alcançadas, em parte, também com um reforço da conectividade digital e das competências digitais em Portugal. O que implica, por exemplo, uma utilização mais profunda dos insights para compreender melhor os viajantes e, assim, melhorar produtos e serviços ajustados a este perfil de turistas. As interações on-line irão ajudar a chegar a estes novos mercados mas, ao mesmo tempo, haverá uma maior necessidade de competências em analytics para compreender as necessidades destes novos tipos de turistas.
"Hoje, é absolutamente crítico que a tomada de decisões e definição de objectivos e prioridades pelos diversos actores públicos e privados no turismo nacional se baseie na análise regular de insights de forma a entender a jornada do utilizador. Não o fazer significa desaproveitar oportunidades", reforça José Maria,
5 dicas para melhorar a presença on-line
Google My Business: Disponível em desktop e para dispositivos móveis, é uma maneira fácil e gratuita para as empresas garantirem que aparecem na Pesquisa do Google e no Google Maps. Podem atrair novos clientes e interagir com os já existentes, criando seu próprio perfil comercial, onde podem atualizar as informações do seu estabelecimento (como horário de funcionamento), promover uma oferta ou evento especial e responder a avaliações.
Smart Campaigns no Google Ads: uma solução de publicidade fácil e inteligente que usa tecnologia para ajudar pequenas empresas a criar anúncios e fornecer bons resultados.
Competências digitais: Com programas como Atelier Digital,mais de 50.000 pessoas foram treinadas em competências digitais em Portugal. Cursos on-line e presenciais ajudam os portugueses a começar, crescer e acelerar suas carreiras e negócios.
Google Cloud Platform: Plataforma da Google com diversas ferramentas que permitem gerir infraestrutura de forma rápida, seguro e escalável, e explorar e activar grandes volumes de dados.
Google Analytics: Solução gratuita da Google para compreender em detalhe de que forma os utilizadores interagem com o seu website.
Recomendações Oxford Economics
O acesso móvel pode beneficiar os viajantes e o setor de viagens português, especialmente se as estratégias de negócios on-line forem direcionadas aos requisitos de viajantes internacionais.
Reconhecer a crescente preferência pelo acesso em diferentes dispositivos é crucial para as empresas que vendem on-line.
Ao adotarem plataformas digitais, os negócios e os destinos estarão mais preparados para interagirem com os viajantes ao longo do planeamento de uma viagem, maximizando o seu crescimento.
As empresas de viagens e turismo precisam se concentrar nas preferências dos viajantes internacionais, que compreendem uma grande proporção da demanda e também tendem a representar o público em crescimento mais dinâmico. A estratégia de negócios on-line não deve corresponder apenas às preferências domésticas.
Os dados digitais podem ser usados para entender melhor os fluxos e destinos de viajantes em potencial e, em seguida, fornecer informações sobre destinos alternativos.
É necessário continuar a investir na criação das competências digitais e de analytics para aumentar a competitividade de Portugal enquanto destino turístico
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