Conduzido pelo Worldcom Public Relations Group, o estudo conta com respostas de 454 jornalistas de 14 países, indicando mudanças a longo-prazo induzidas pela pandemia no setor dos media
Estudo recente conduzido pelo Young Professionals Group do The Worldcom Public Relations Group revela que quase metade dos jornalistas na Europa (48.9%) sente estar em perigo de perder o emprego, com 16% a afirmar estar em elevado risco de esta ser uma realidade. O Young Professionals Group é um grupo de jovens profissionais de Relações Públicas e Comunicação, integrado no The Worldcom Public Relations Group, do qual fazem parte agências de comunicação de toda a região EMEA. Em Portugal, a Worldcom é representada pela agência de comunicação e marketing Do It On.
O Young Professionals Group conta com 32 representantes das várias agências da região EMEA. Foi a seu convite que jornalistas de 14 países responderam ao questionário no qual se baseiam os resultados desta pesquisa. São, no total, 454 jornalistas de vários setores que trabalham por todo o continente europeu. O ponto central do questionário foi o impacto que a pandemia da COVID-19 teve na sua profissão e no futuro do jornalismo.
Menos de um terço (32%) dos jornalistas inquiridos acreditam que a sua audiência manteve desde o início um forte interesse em notícias relativas à situação pandémica. Embora se tenha registado um aumento do interesse em fevereiro e março, com a emergência e rápida disseminação do vírus, nos meses subsequentes, o interesse pareceu diminuir. 22% dos questionados afirmou que a sua posição perante a pandemia varia consoante o número de casos de um país em específico e as restrições impostas.
Olhando para lá da situação pandémica, cerca de três quartos dos jornalistas inquiridos (75.6%) acreditam que o mundo pós-COVID não retornará às formas de trabalho tradicionais. As mudanças na vida quotidiana impostas pela pandemia (o trabalho remoto, por exemplo) manter-se-ão, confirmando a ideia de “novo normal”.
Uma das consequências do confinamento tem sido a transformação digital a que foram sujeitas todas as indústrias, incluindo o jornalismo e o setor dos media. Quase três quartos (73.3%) dos entrevistados acreditam que o jornalismo impresso sofreu um golpe devastador. Apesar da transição do formato físico para o digital estar já a ser feita há muito, o seu ritmo foi certamente acelerado pela pandemia. Mais de 83% dos jornalistas perspetivam o meio online, as redes sociais, os podcasts e o conteúdo em vídeo como o caminho a seguir.
Em resposta à rápida mudança do setor, muitos dos profissionais procuram adquirir novas qualificações, com o objetivo de ampliar os seus conhecimentos e encontrar novas formas de chegar às suas audiências. Aproximadamente 43% dos inquiridos dizem estar num processo de requalificação com a esperança de encontrar um outro emprego ou experimentar trabalhar como freelancers.
Andras R. Nagy, responsável do Wordcom EMEA pelo Young Professionals Group, afirma, “quisemos combinar o conhecimento local com a experiência internacional na região EMEA para saber mais sobre a situação atual do setor dos media. Recebemos respostas de 454 jornalistas, um número bastante elevado neste período mais complicado.” Nagy continua: “o que tornou este estudo muito especial foi o facto de ter sido conduzido inteiramente pelo Youth Group da Worldcom, um grupo muito talentoso de jovens profissionais de Relações Públicas que está em constante busca pelo aprofundamento da profissão e da indústria em que se insere.”
Metodologia
O Worldcom Public Relations Group é uma rede internacional de 132 agências de comunicação independentes, espalhadas por 49 países e 6 continentes.
Este questionário foi desenvolvido para estudar a influência que a COVID-19 tem tido no jornalismo de toda a Europa. Jornalistas de várias áreas e backgrounds foram inquiridos quanto à forma como a sua profissão foi afetada pela pandemia e o futuro que previam para a mesma. O questionário foi enviado a jornalistas de 14 países diferentes a 1 de outubro de 2020, sendo estabelecido um prazo final, terminado a 31 de outubro de 2020. Acima, encontram-se as conclusões retiradas das respostas de 454 jornalistas.
Lista de países envolvidos: Bélgica, Bulgária, República Checa, França, Alemanha, Húngria, Irelanda, Luxemburgo, Países Baixos, Portugal, Eslováquia, África do Sul, Espanha e Reino Unido. África do Sul foi o único país não-europeu a ser considerado.
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