ERP Portugal e LG debateram a realidade e desafios do consumo sustentável de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos
O consumo de equipamentos elétricos e eletrónicos em Portugal é sustentável? Estão os portugueses a fazer compras e reutilizações conscientes dos seus pequenos e grandes eletrodomésticos? Que encaminhamento estão a dar ao seu lixo eletrónico?
Estas e outras questões estiveram ontem em debate na segunda edição do “e-Waste Summit | Consumo Sustentável - Realidade e Desafios” com o objetivo de promover a partilha de conhecimento entre os vários setores da sociedade e contribuir para a alteração do comportamento dos consumidores no que respeita ao consumo, utilização e, sobretudo, reciclagem dos Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos – REEE.
Nuno Lacasta, Presidente da Agência Portuguesa do Ambiente, Fernanda Ferreira Dias, Diretora Geral da Direção Geral das Atividades Económicas, Gonçalo Lobo Xavier, Diretor Geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição, o Tenente-coronel Ricardo Alves, Chefe da Divisão Técnica Ambiental do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA), e Fernando Leite, CEO da Lipor e Hugo Jorge, Diretor de Marketing da LG Portugal, foram alguns dos convidados que se juntaram a Rosa Monforte, Diretora Geral da ERP Portugal, Ricardo Neto, Presidente da ERP Portugal, e Ruy Gil Conde, Diretor Geral da LG Electronics Portugal, nesta sessão apresentada por César Mourão e moderada por José Eduardo Martins.
O “e-Waste Summit | Consumo Sustentável - Realidade e Desafios” assume-se, assim, como mais um dos momentos que materializa a união de esforços entre a ERP Portugal e a LG Electronics Portugal, no sentido de consciencializar os portugueses para a temática do “lixo eletrónico”, desde a sua conceção até ao seu correto encaminhamento e reciclagem, ao mesmo tempo que visa debater o papel do consumidor em todo o ciclo de vida dos equipamentos elétricos e eletrónicos.
“Alertar para a importância da adoção de comportamentos sustentáveis, que vão da compra, passando pela utilização até ao correto encaminhamento dos resíduos elétricos e eletrónicos, é cada vez mais relevante na sociedade em que vivemos e em que o consumo destes produtos é exponencial mas a sua reutilização fica, infelizmente, aquém do expectável e possível”, afirmou Rosa Monforte, Diretora Geral da ERP Portugal, para reforçar a importância de iniciativas como o e-Waste Summit “que permitem dar mais visibilidade ao tema, chamando para a agenda do dia esta preocupação, que é de todos. Aumentar a quantidade de REEE recolhidos nos canais corretos com vista ao tratamento das suas substâncias nocivas, bem como a reciclagem de materiais são metas que a ERP Portugal tem na base destas oportunidades de informação, sensibilização e educação dos diferentes grupos-alvo visados”, concluiu.
A necessidade de aumentar esta consciencialização é cada vez mais importante, uma vez que, de acordo com os dados revelados no final de setembro pela PACE - Platform for Accelerating the Circular Economy, o planeta produz anualmente 54 milhões de toneladas de lixo eletrónico, o tipo de resíduo que mais cresce atualmente, e por esse facto, o que maior preocupação gera. Deste volume apenas cerca de 17% é encaminhado para a reutilização ou para reciclagem, deixando sem solução mais de 80% destes resíduos.
“A redução e a reciclagem dos resíduos elétricos e eletrónicos devem fazer parte de um esforço contínuo e conjunto por parte da comunidade, tanto a nível global como a nível local, envolvendo a população, os seus governos e, como não podia deixar de ser, o tecido empresarial”, sublinhou Ruy Gil Conde, Diretor Geral da LG Electronics Portugal, destacando que, neste aspeto, as empresas produtoras de equipamentos eletrónicos desempenham um papel crucial na promoção de uma melhor gestão de dos mesmos quando atingem o seu final de vida, já que podem e devem desencadear processos a montante e a jusante. “Falo, por exemplo, de processos de produção de equipamentos elétricos e eletrónicos que sejam mais sustentáveis, nomeadamente na escolha dos materiais que os compõem e na forma como são desenvolvidos. Por outro lado, empresas como a LG também têm o dever de alertar consciências, beneficiando de redes de recursos humanos e infraestruturas globais com capacidade para alterar comportamentos e levar assim à difusão de informação e à implementação de programas de recolha de equipamentos para a sua reutilização e reciclagem, começando, desde logo, com os seus colaboradores”, concluiu.
Em Portugal, só no ano passado, foram colocadas no mercado mais de 212 mil toneladas equipamentos elétricos e eletrónicos e mais de 30% da população ainda não tem o hábito de encaminhar e reciclar o seu lixo eletrónico. Além de terem um impacto negativo no ambiente, os Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrónicos quando não são corretamente encaminhados são também um risco para a saúde pois contêm aditivos tóxicos ou substâncias perigosas, como o mercúrio, que podem danificar o cérebro e o sistema de coordenação.
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