Bosch implementa rede local 5G para produção mais inteligente em Aveiro e Ovar

Primeira infraestrutura 5G nativa instalada em fábricas sem necessidade de ligação ao operador de telecomunicações

• Na arquitetura 5G standalone presente nas fábricas da Bosch em Aveiro e Ovar não existe qualquer dependência das tecnologias anteriores, como o 4G.
• Infraestrutura 5G segue uma arquitetura de dados “privada” onde os mesmos estão sempre na rede Bosch garantindo a segurança e confidencialidade dos dados.
• Transferência de dados rápida e confiável vai aumentar a eficiência e flexibilidade na produção.
• Implementação de infraestrutura 5G privada é um projeto que conta com a participação da Huawei, Altice Labs /MEO, Universidade de Aveiro e o Instituto de Telecomunicações.

A Bosch Termotecnologia em Aveiro e a Bosch Security Systems em Ovar acabam de implementar uma infraestrutura 5G standalone, uma instalação cuja tecnologia só estará disponível no mercado de telecomunicações dentro de dois anos. Esta infraestrutura 5G nativa distingue-se pelo facto de todos dados permanecerem na Bosch, não tendo por isso qualquer ligação à rede do operador de telecomunicações. Para Nelson Ferreira, responsável pela área da Indústria 4.0 na Bosch em Aveiro, a implementação do 5G é uma oportunidade para aumentar a competitividade na produção: “com implementação de controlo de linhas de produção feita remotamente em servidor “edge”, conseguimos uma maior flexibilidade e performance de todo o processo, um menor custo de implementação e uma maior sustentabilidade, uma vez que não necessitaremos de quilómetros de cablagem para fazer sensorização ou comunicação com os sistemas de controlo avançado”.

Através da instalação desta infraestrutura 5G única, as fábricas da Bosch em Aveiro e Ovar vão realizar diversos testes, nomeadamente nos sistemas de produção flexíveis com sensorização preditiva, em sistemas de localização ou testes de produto. O fator inovador desta tecnologia está no facto de permitir explorar soluções de flexibilidade da linha de montagem com base em tecnologia wireless, ou seja, linhas de montagem controladas a partir de um servidor, o que significa uma orquestração total de uma linha por oposição a controlo ponto a ponto no passado. A robustez de comunicação tem um papel crucial neste processo e é garantida por esta infraestrutura standalone. A implementação de tecnologia IoT, inovação nas áreas da robótica e realidade aumentada com transmissão de vídeo em tempo real, um maior número de dispositivos e monotorização permanente de equipamentos críticos, e ainda uma mais rápida transmissão de dados com linhas robotizadas a poderem ser comandadas remotamente, são alguns dos benefícios que resultam desta infraestrutura 5G.

No que concerne aos próximos passos da execução desta tecnologia inovadora, o objetivo passa por explorar casos de uso em que o tempo de resposta é um fator crítico, com aplicação relevante sobretudo no caso de robótica móvel, onde é essencial reagir de forma rápida e sempre consistente, por exemplo no caso de se deparar com um obstáculo, de forma a conseguir validar a robustez prometida pela implementação desta tecnologia. “Estamos a trabalhar com especialistas mundiais para continuar o desenvolvimento do 5G na área industrial. O 5G não é uma tecnologia fechada e terminada, é evolutiva e ainda a dar os primeiros passos na área industrial e, por isso, ainda temos muito a explorar e desenvolver”, reforça Nelson Ferreira.

Este é um projeto que integra o 5GAIner e cuja implementação da infraestrutura 5G privada conta com o suporte da Altice Labs /MEO, Universidade de Aveiro, Instituto de Telecomunicações e a Huawei.

Bosch vê o 5G como o sistema nervoso central da fábrica do futuro

O número de dispositivos conectados na Internet das Coisas já é superior ao número de utilizadores humanos da Internet, e os especialistas estimam que haverá mais de 70 mil milhões de dispositivos conectados em todo o mundo até 2025, muitos deles em uso em aplicações industriais. Com o aumento da conectividade, o 5G assume-se cada vez mais como um fator competitivo. Para a Bosch, que tem sido pioneira nesta área ao lançar em 2014 as suas atividades de pesquisa em 5G, este novo padrão de comunicação é um pré-requisito essencial para a fábrica inteligente do futuro, abrindo novos campos de aplicação na indústria.

Na visão da fábrica do futuro, apenas o piso, o teto e as paredes não poderão ser movidos. Todos os outros componentes são flexíveis, portáteis ou móveis e podem ser facilmente reconfigurados. Um requisito essencial para isso é uma infraestrutura de comunicações sem fio de alto desempenho que permite comunicações eficientes entre pessoas, máquinas e instalações. O 5G permitirá que conceitos de manufatura completamente novos sejam implementados, permitindo assim agilizar e melhorar o trabalho dos colaboradores na produção e logística.