- Quase metade das empresas inquiridas nunca beneficiou de qualquer apoio comunitário no âmbito dos fundos europeus.
- 97% tem a intenção de fazer investimentos nos próximos anos, destacando-se as áreas de desenvolvimento e inovação, investimento produtivo e digitalização.
Um inquérito da FI Group, empresa gestora de programas de investimento públicos europeus e consultora global líder na gestão da inovação, mostra que os fundos europeus vão continuar a ter um papel crucial no investimento das empresas portuguesas nos próximos anos. O inquérito ao tecido empresarial português ouviu 104 entidades de todo o país, com o objetivo de auscultar a sua perspetiva sobre o Acordo de Parceria Portugal 2030 e também as expetativas sobre o Plano de Recuperação e Resiliência, e os resultados são claros: grande maioria das empresas - 97% - tem a intenção de fazer investimentos com recurso a fundos europeus nos próximos 2 a 3 anos.
Olhando para as áreas em que as empresas pretendem investir, destacam-se as áreas de desenvolvimento e inovação (14,9%), investimento produtivo (14,6%) e digitalização (14,6%), que estão alinhadas com os objetivos nacionais definidos para os quadros de financiamento europeu dos próximos anos. Ainda assim, nota-se também nos resultados do inquérito da FI Group uma forte oportunidade de aumentar a chegada dos fundos europeus às empresas nacionais: cerca de 47% das entidades inquiridas revelaram nunca ter usufruído de qualquer apoio no âmbito dos fundos comunitários europeus.
Mesmo identificando pontos de melhoria para o Portugal 2030 em relação ao Portugal 2020, como por exemplo a simplificação dos processos, a redução da burocracia, análise mais rápida das candidaturas e pedidos de pagamento, aumento dos apoios às micro, pequenas e médias empresas, entre outros, a maioria dos inquiridos reconhece a importância do novo programa de fundos europeus, afirmando que pretende usufruir de apoios do PT 2030 e do PRR (47%) ou unicamente do PT 2030 (34%). Pelo contrário, apenas 4% das empresas espera obter apoios exclusivamente do PRR, o que parece demonstrar alguma desconfiança no plano concebido como resposta aos impactos socioeconómicos da pandemia.
Paulo Reis, diretor-geral da FI Group, resume: “As conclusões deste inquérito mostram que as empresas portuguesas têm uma grande vontade de investir e potencial de contribuir para a criação de emprego e para a recuperação económica. É, portanto, urgente que lhes seja dado um maior acesso a apoios para executarem os seus investimentos, o que passa pela introdução de uma maior flexibilidade e desburocratização de processos, a fim de tornar as candidaturas mais transparentes e acessíveis”.
Este inquérito mostra uma imagem importante do cenário empresarial em Portugal, com uma clara maioria de micro, pequenas e médias empresas: olhando para o universo inquirido, 34,6% são pequenas empresas, 26,9% são médias empresas, 23,1% são microempresas e 10,6% são grandes empresas. As atividades empresariais dividem-se primordialmente em cinco setores que representam a atividade de quase 83% dos inquiridos: indústria transformadora, consultoria científica e técnica, comércio por grosso, alojamento, restauração e similares, e atividades imobiliárias. Existe também uma percentagem importante de empresas – cerca de 35,6% - que trabalham apenas no mercado interno, sem qualquer componente de exportação no seu negócio. É importante referir que 27% das empresas que mencionaram não ter atividade de exportação pretendem investir na internacionalização do seu negócio, potencialmente com recurso a fundos europeus.
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