O Poder do Cão é um filme realizado pela Jane Campion, que é uma das apenas sete mulheres a serem nomeadas para Melhor Realizador(a) nos Óscares, bem como a primeira realizadora a ganhar a Palme d’Or.
E diga-se que tem aqui uma obra digna de pelo menos nomeações. Uma história forte e muito interessante, com um excelente elenco.
É um filme baseado na obra de Thomas Savage que conta a história de um rancheiro duro e do seu irmão que conhece uma viúva e o seu filho e acaba por se casar com ela.
É um filme que parece que flui lentamente e está dividido em quatro atos. Atos que começam a fazer todo sentido quando o filho de Rose, Peter – interpretados por Kirsten Dunst (“Woodshock”) e Kodi Smit-McPhee, respetivamente – chega ao rancho para as férias de verão.
A primeira metade é, de facto, muito importante para estabelecer as inúmeras diferenças entre os irmãos, Phil (Benedict Cumberbatch) e George (Jesse Plemons).
Enquanto George é um homem gentil, decente e apresentável que trata as mulheres com o máximo respeito, Phil é o completo oposto: uma presença masculina cruel, dura e desprezível que se recusa a tomar banho ou a mostrar qualquer tipo de fraqueza.
O Filme aborda assuntos como bullying, masculinidade e também aborda assuntos como fisiculturismo e uma maneira diferente de ver a vida. Mas aqui admito existe o critério de cada um na abordagem ao filme.
Phil, que é representado por Benedict Cumberbatch, em mais uma bela atuação deste ator conceituado desenvolve laços com Peter e de certo modo existe muitas parecenças entre os dois.
Estas duas personagens partilham um arco emocionalmente convincente que aprofunda, onde parece que ambos partilham da mesma visão de vida, uma visão diferente para aquela altura. Altura essa que eram em1925 na região de Montana.
Cumberbatch brilha num papel complexo onde o personagem é dominado por sentimentos pesados como amor, luto, ciúme, raiva e incerteza, mas não pode, na verdade, mostrar nada disso. Phil pratica bullying psicológico com Rose e com o irmão onde constantemente o chama de Badocha e pelo que filme dá a entender é uma forma de Phil esconde ro que está por detrás dele.
Kodi Smit-McPhee é excelente como Peter, um jovem que se entretém com atividades que a maioria dos homens não se interessa na sua idade, como construir flores de papel. Contudo, torna-se gradualmente percetível que o personagem segue o mesmo arco de Phil, apenas na direção oposta.
Quando os seus arcos se cruzam, o filme oferece alguns dos momentos mais cativantes e tensos de todo o tempo de execução.
Kirsten Dunst (Rose) e Jesse Plemons (George) têm belas representações mas Dunst está uns níveis acima com um desempenho fantástico como uma viúva e mãe com problemas de alcoolismo.
É um filme complexo, para ver com calma, tal como o desenrolar dele. Não é para qualquer pessoa, admito isso, mas tem uma história muito bem conseguida com mensagens fortes.
Recomendo.
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