Com as noites de março ainda longas, temos a oportunidade perfeita para explorar novas possibilidades criativas para fotografar sob o céu noturno – mesmo que a escuridão pareça tornar mais desafiante o ato de encontrar inspiração. Valtteri Hirvonen, fotógrafo de natureza selvagem e Embaixador Canon, revela cinco dicas para quem pretende captar imagens interessantes, belas e únicas neste momento do dia:
1. Utilizar o equipamento certo – e não é difícil
Alguns profissionais de astrofotografia utilizam vários equipamentos para conseguir fotografias realmente nítidas, e recorrem a aplicações para seguir as estrelas ou a rotação do planeta. Contudo, com a tecnologia atual é possível tirar fotografias incríveis apenas com uma câmara com controlo manual completo e uma objetiva com uma grande abertura. É claro que os resultados entre captar fotografias segurando a câmara na mão, ou utilizar um tripé e recorrer à longa exposição, terão um aspeto muito diferente, mas existe um grande potencial criativo em tentar abordagens mais artísticas, como utilizar um pouco de movimento na fotografia.
2. Tirar partido das fontes de luz e elementos existentes
É possível explorar algumas técnicas simples para tirar o melhor proveito do céu noturno e criar fotos realmente diferentes das que estamos habituados a ver. Por exemplo, fotografar luzes a preto e branco ou recorrer a uma fonte de luz artificial são formas muito eficazes de obter composições únicas. Outra ideia é colocar uma luz num drone e utilizar a longa exposição para criar rastos de luz invulgares. Normalmente é recomendado ficar longe de qualquer fonte de luz que distraia, mas mesmo que viva numa cidade, ou noutro local com muita poluição luminosa, pode utilizá-la na sua fotografia para criar um efeito interessante. Até os elementos naturais, como as nuvens, podem tornar o cenário muito mais interessante – basta tentar aceitar e aproveitar os elementos no enquadramento.
3. Fotografar o que não se vê a olho nu
Quando fotografamos na escuridão, estamos a disparar às cegas, por isso o melhor é apostar no que normalmente não conseguimos ver a olho nu. Só uma câmara consegue captar a longa exposição, entre outras características, pelo que o resultado final é sempre uma surpresa. Como ponto de partida, as estrelas ou a Via Láctea são temas fáceis e interessantes de fotografar. É preciso ter em mente que é difícil fotografá-los quando a lua está cheia ou está realmente brilhante, pelo que esse é outro elemento a ter em conta. Contudo, a astrofotografia pode acontecer em qualquer lugar, uma vez que há momentos astronómicos únicos em todo o lado – é apenas necessário saber como procurá-los e captá-los.
4. Utilizar a tecnologia a nosso favor
As câmaras atuais são tão avançadas que nos permitem tirar fotografias profissionais com mais facilidade – mesmo os modelos para amadores são suficientemente sensíveis para captar os detalhes do céu noturno. Com estabilização de imagem avançada, é possível obter resultados realmente nítidos com menos esforço. Por outro lado, a inovação a nível tecnológico permite-nos ser mais experimentais na hora de fotografar – por exemplo, agora é possível ver os resultados das experiências fotográficas e criativas muito mais rapidamente, de forma praticamente instantânea, no ecrã das câmaras, o que também permite aos fotógrafos serem mais criativos com mais facilidade.
5. Experimentar com novos estilos e composições
É importante ter liberdade para experimentar, mesmo com técnicas que tradicionalmente nos dizem que não podemos ou devemos utilizar – como por exemplo abanar a câmara. Quando se trata de fotografar à noite, o melhor é confiarmos nos nossos instintos e dar uso à criatividade para explorar novos estilos. Conhecer previamente o ambiente em que se fotografa também ajuda a encontrar diferentes elementos e a ser mais criativo ao captar imagens nesta hora do dia.
“Fotografar à noite faz-nos esquecer do tempo. É muito silencioso e cria momentos realmente pacíficos," comentou Valtteri Hirvonen. “Outro ponto que adoro é o facto de me obrigar a estar totalmente presente. Por exemplo – eu vivo na Finlândia, já vi a aurora boreal várias vezes, mas é sempre uma experiência surpreendente e divertida. Tudo acontece muito rápido, sentimos uma adrenalina enorme de correr para tirar as fotografias, porque tudo pode acabar em segundos. Também não sabemos como as imagens vão ficar, porque podemos conseguir cores diferentes de cada vez. Fotografar à noite torna tudo ainda melhor.”
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