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Ganhos de produtividade nas empresas que apostam em formação podem chegar aos 5%

Ganhos de produtividade nas empresas que apostam em formação podem chegar aos 5%
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“Guia para empresas: como apostar na formação dos trabalhadores?” da Fundação José Neves é um incentivo para as empresas e gestores apostarem na formação dos trabalhadores
Ganhos de produtividade nas empresas que apostam em formação podem chegar aos 5%
Como apostar na formação dos trabalhadores? Num mundo onde as mudanças sociais, tecnológicas e empresariais são cada vez mais velozes, as empresas têm de se adaptar para não serem ultrapassadas pelos seus concorrentes. A chave para esse desenvolvimento está numa aposta na aprendizagem e formação dos trabalhadores.

Cerca de 84% das empresas portuguesas não investiram na formação dos seus colaboradores em 2019, segundo dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. Isto apesar de reconhecerem que a formação é um tema importante. Falta de tempo (46% em Portugal contra 29% na média da União Europeia) e custos inerentes à formação (40,5% em Portugal contra 31,7% na UE), são apontados como os principais obstáculos à oferta de formação pelas empresas portuguesas. Mas há outros motivos, como a falta de oferta formativa adequada, a dificuldade em avaliar as necessidades de formação, o receio de perder o trabalhador (e também o investimento realizado) e o facto de os contratos de curto prazo não promoverem a formação.

É este o cenário apresentado no “Guia para empresas: como apostar na formação dos trabalhadores?” da Fundação José Neves, que faz um retrato da situação portuguesa, revela os benefícios da formação e deixa recomendações e práticas inspiradoras para que as empresas e os gestores contornem os obstáculos com que se deparam, acompanhem as mudanças no mercado de trabalho e de competências e se adaptem para crescerem e não serem ultrapassados pelos seus concorrentes.

São muitos os benefícios que a formação dos trabalhadores pode representar para uma empresa. Um estudo recente sobre Portugal revela que a produtividade das empresas tende a aumentar pelo menos 5% quando as empresas investem em formação. Outros benefícios passam pelo aumento do número de trabalhadores e do valor acrescentado bruto nas respetivas empresas. O aumento da formação dos trabalhadores promove ainda ganhos de competitividade, mais produtividade e melhores salários e inclusive a retenção dos trabalhadores, ao reforçar o seu sentimento de satisfação e orgulho na empresa.

Também para os trabalhadores as vantagens são evidentes, já que adquirem novas competências indispensáveis para a sua progressão profissional.

Outros dados mostram que metade das empresas portuguesas valorizam a formação - um valor superior à média da UE (35%) –, mas que menos de 20% a promove efetivamente. Quanto maior a dimensão da empresa maior é a aposta na formação. Nas empresas com 500 trabalhadores ou mais, 9 em cada 10 empresas apostam na formação contínua. Apenas 11% das empresas até 10 trabalhadores o fazem. De acordo com dados do Eurostat, a falta de apoio por parte da entidade empregadora (28%) é um dos principais obstáculos revelados por praticamente metade dos adultos portugueses que gostaria de apostar (ou de apostar mais) na sua educação e formação, antecedido pela falta de tempo (59%), custos financeiros (39%) e motivos familiares (32%).

“As empresas têm um papel fundamental na criação de mecanismos para apoiar a formação e promover formação em contexto de trabalho. Mas a verdade é que, menos de 20% das empresas promove a formação dos seus trabalhadores. Este guia de leitura rápida e objetiva revela os obstáculos existentes, demonstra os ganhos da formação ao nível da produtividade, performance e rentabilidade da empresa, e ajuda empresários, gestores e as empresas a identificarem as necessidades que podem fazer a diferença para melhorar as suas organizações e para incutirem estratégias, planeamento e uma cultura aberta à aprendizagem”, afirma Carlos Oliveira, Presidente Executivo da Fundação José Neves.

São oito as recomendações que o guia identifica como forma de ajudar as empresas:
  • Promover uma cultura aberta à aprendizagem na empresa;
  • Ver a formação como um investimento na empresa;
  • Não recear investir nos trabalhadores apesar dos riscos inerentes;
  • Planear e organizar a empresa a pensar no valor da formação;
  • Avaliar com regularidade: as boas opções nascem de bons diagnósticos;
  • Não bloquear perante os obstáculos: há sempre soluções e apoios;
  • Estudar bem as opções à disposição;
  • Não acreditar em soluções únicas e universais.

O guia aborda conselhos práticos sobre como começar, nomeadamente colocar a formação nos objetivos estratégicos da empresa, introduzir um esquema de mentores/tutorias, agendar sessões para partilha de experiências, instituir mecanismos de rotina para identificar as necessidades dos trabalhadores, estabelecer parcerias com entidades educativas e de formação, empoderar os trabalhadores para que escolham os seus caminhos, incentivar os trabalhadores a conhecer outras realidades e ponderar um sistema estruturado de rotação de postos de trabalho.

E disponibiliza ainda um enquadramento para analisar e decidir sobre formação, nomeadamente o tipo de conteúdo - Ex: Competências transversais (soft skills); Competências técnicas, práticas ou relacionadas com a função; Competências de higiene e segurança no trabalho; Iniciação de novos colaboradores; Competências informáticas; Competências linguísticas - e o tipo e formato de formação, que se divide em três modelos (Aprendizagem formal, Aprendizagem não-formal e Aprendizagem informal).

O documento destaca ainda o portal Brighter Future da Fundação José Neves como um importante instrumento de pesquisa e análise para explorar e comparar informação relativa à empregabilidade, e as bolsas reembolsáveis ISA FJN como uma ferramenta que garante o pagamento integral da propina aos portugueses que pretendem apostar na sua educação. E disponibiliza ainda uma listagem com as principais opções para realizar ações de educação ou formação em Portugal.

O “Guia para empresas: como apostar na formação dos trabalhadores?” pode ser consultado na íntegra através http://joseneves.org/guia-empresas-formacao.
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