Eaton alerta para um 2023 extremamente exigente: as 5 tendências para o setor da construção este ano
A energia é um dos temas principais que irá moldar o sector dos edifícios comerciais, industriais e residenciais em 2023. No entanto, este ano promete trazer novos desafios para os players deste mercado, segundo a análise da Eaton, empresa líder na gestão de energia, que criou a lista das 5 maiores tendências para o setor da construção em 2023.
A escassez de energia que emergiu na Europa, com a retoma da procura após a pandemia, foi acentuada pela guerra na Ucrânia, o que conduziu a uma pressão, sem precedentes, sobre a oferta.
A segurança energética é um tema incontornável e urgente que vai obrigar a esforços contínuos por parte dos países e da UE.
A redução das emissões de carbono continua a ser uma prioridade. A reunião da COP27 das Nações Unidas, realizada em novembro, fez questão de reforçar que a necessidade de mitigar as alterações climáticas é um imperativo.
No geral, o sector da construção na Europa tem pela frente um ano extremamente exigente. Estas são as 5 maiores tendências destacadas pela Eaton para o setor da construção em 2023.
Tendência #1 – Redução da procura energética
Os governos estão a fazer tudo o que está ao seu alcance para reduzir a procura de energia. O grupo de reflexão independente, Bruegel, preparou um resumo, ajustado a cada país, do leque de medidas adotadas que mostra as distintas abordagens: National fiscal policy responses to the energy crisis (bruegel.org).
O uso estratégico dos sistemas de armazenamento de energia será a opção preferida de muitos. Os sistemas de armazenamento permitem às empresas e aos proprietários reterem energia da rede (fora do pico), e qualquer energia gerada a partir de fontes renováveis para utilização livre. Esta mudança nos padrões de utilização de energia, que já estava a emergir, foi acelerada pela crise energética e pelos elevados preços associados.
Durante 2023 espera-se um aumento da procura de sistemas de armazenamento de energia.
Tendência #2 - Prazos regulamentares
A obrigação para redução do consumo de energia está a ser pressionada pelos prazos regulamentares, e esta pressão vai ser ainda maior em 2023.
Os países da UE foram encarregues de implementar o pacote legislativo Fit-for-55, concebido para conduzir as economias a uma redução de 55% nas emissões efetivas de gases com efeito de estufa até 2030, e alguns requisitos foram revistos em alta em 2022 para apoiar a iniciativa REPowerEU.
O REPowerEU irá acelerar o progresso da Europa em termos de segurança energética, entre outras coisas, através do aumento dos níveis de produção de energia distribuída a partir de energias renováveis.
Tudo isto transformará 2023 num ano decisivo, uma vez que os detentores dos edifícios terão de descobrir como reduzir não só o consumo energético, como também as emissões.
Tendência #3 - Veículos elétricos e renováveis
Os proprietários de edifícios ficam por vezes surpreendidos quando veem os temas Carregamento de Veículos Elétricos (EV) e Energias Renováveis na mesma conversa. Não é imediatamente óbvio para eles que a infraestrutura de carregamento de EV pode aumentar a eficiência energética de um edifício - mas é exatamente isso que acontece.
Este tipo de abordagem - designada por "Buildings as a Grid”, no caso de propriedades comerciais e industriais, ou "Homes as a Grid" para propriedades residenciais - transforma um edifício num centro de energia.
Em 2023 espera-se que mais proprietários comecem a adotar esta abordagem, até porque se aproxima a data de saída progressiva dos veículos a gasolina e diesel.
A Eaton estima também que haja uma crescente pressão sobre as redes nacionais para permitirem o carregamento bidirecional, já que os proprietários de carregadores EV começam a pensar em vender energia à rede - algo que é permitido e muito popular na Noruega).
Tendência #4 - Renovação e reequipamento
Renovação é a palavra de ordem em 2023. Os proprietários de edifícios comerciais e residenciais procuram reduzir ao máximo o impacto dos preços elevados da energia, através da modernização dos espaços e de opções como o isolamento e os painéis solares.
O incentivo extra para a renovação chegará sob a forma de regulamentos nacionais criados a partir de iniciativas governamentais como a Diretiva Europeia de Desempenho Energético de Edifícios (EPBD) já revista.
Entre outras coisas, a EPBD quer que os países imponham o carregamento EV tanto em edifícios novos como nos renovados, para acelerar a mudança para a eletromobilidade. Espera-se que a maioria dos países, dentro e fora da UE, introduzam regulamentos semelhantes, se ainda não os tiverem.
A renovação tem um papel vital a desempenhar na transição energética. Aproximadamente 35% dos edifícios na UE têm mais de 50 anos, quase 75% do património de edifícios é considerado ineficiente em termos energéticos, e apenas cerca de 1% é renovado todos os anos. Outros países europeus enfrentam questões semelhantes.
Tendência #5 - Ultrapassar a escassez de competências
Faltam competências especializadas na área da energia em toda a Europa. Ou seja, a formação de recursos especializados na instalação de toda a infraestrutura necessária para a transição energética é uma prioridade.
A Europa terá de se esforçar mais em 2023 para assegurar que os setores comercial, industrial e de edifícios residenciais têm acesso a profissionais qualificados.
A criação de estratégias para substituir os combustíveis fósseis por um novo mix energético irá exigir muito trabalho de infraestrutura - e muitos recursos qualificados para o fazer. A automatização e a adoção de processos de trabalho eficientes e repetíveis irão ajudar neste domínio, uma vez que permitem a contratação de pessoas menos especializadas para tarefas onde a componente tecnológica consegue promover produtividade e simplificação/otimização das tarefas.
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