2023 Edelman Trust Barometer revela que as empresas são a única instituição vista como Ética e Competente
O otimismo económico sofre um colapso maciço global
O Edelman Trust Barometer deste ano revela que as empresas agora são vistas como a única instituição global competente e ética. As empresas têm uma vantagem impressionante de 53 pontos sobre o governo em termos de competência e estão 30 pontos à frente no que diz respeito à ética.
O tratamento com os colaboradores durante a pandemia e o regresso ao trabalho, juntamente com a ação rápida e decisiva de mais de 1.000 empresas para sair da Rússia após a invasão da Ucrânia, ajudaram a dar forças a um salto de 20 pontos na ética nos últimos três anos. As empresas (62 por cento) continuam a ser a única e mais confiável instituição globalmente.
“O aumento da percepção dos negócios na ética traz consigo expectativas mais altas do que nunca dos CEOs de serem uma voz de liderança nas questões sociais”, afirma Richard Edelman, CEO da Edelman. “Por uma margem de seis para um, em média, os inquiridos do estudo querem mais envolvimento social das empresas em questões como mudança climática, desigualdade económica e requalificação da força de trabalho. Mas as empresas devem agir com cuidado, mais da metade (52 por cento) dos entrevistados não acredita que as empresas possam evitar a politização quando abordam questões sociais contenciosas”.
O relatório deste ano conclui que o otimismo económico entrou em colapso global (50 por cento para 40 por cento). Metade dos países fruto do estudo revela um declínio de dois dígitos ano a ano na crença de que as suas famílias estarão melhor em cinco anos. Além disso, nenhum país desenvolvido tem mais de 36 por cento da sua população confiante de que sua família estará melhor em cinco anos, e 24 dos 28 países caíram para mínimos históricos em otimismo, incluindo os EUA (36 por cento), o Reino Unido (23 por cento), Alemanha (15 por cento) e Japão (9 por cento).
Este cenário ocorre ao lado de uma divisão de classes de massa; há agora uma lacuna de confiança de dois dígitos em três quartos dos países do estudo, onde aqueles com salários altos confiam mais, em média, nas instituições sociais face a inquiridos de baixo salário. A confiança média dos trabalhadores com rendimentos mais elevados nas instituições disparou de 50 para 62 desde 2012, enquanto os trabalhadores com ordenados mais baixos revelam um índice de confiança que aumentou apenas ligeiramente de 43 para 48.
Os desenvolvimentos mais notáveis nas desigualdades de confiança com base no salário desde 2021 estiveram na China (de uma separação de 4 para 19 pontos) e nos Emirados Árabes Unidos (de 10 para 19 pontos). Os EUA (lacuna de 23 pontos) e a Tailândia (lacuna de 37 pontos) demonstram as maiores divisões em 2023.
O Trust Barometer considera que quase um quarto dos países pesquisados como severamente polarizados, incluindo os EUA, Colômbia, Argentina, África do Sul, Suécia e Espanha. Quando as divisões se estabelecem, ocorre a polarização e os inquiridos acreditam que as suas diferenças não podem mais ser superadas. Globalmente, quase dois terços observam uma falta sem precedentes de civismo e respeito mútuo na sociedade. Essa falta de civismo observada coincide com a transformação da ideologia em identidade: entre aqueles que têm opiniões fortes sobre um assunto, menos de um terço dos entrevistados diz que ajudaria (30 por cento), poderia morar perto (20 por cento) ou trabalhar com (20 por cento) alguém que discorda fortemente do seu ponto de vista.
“Estamos num período de grandes mudanças sistémicas num mundo multipolar, com forças divisivas que alimentam desigualdades económicas”, refere Dave Samson, vice-presidente global de assuntos corporativos. “Se negligenciarmos estes dados, o resultado será o aumento dos níveis de polarização, desaceleração do crescimento económico, discriminação mais profunda e uma incapacidade inerente de resolver problemas. Os CEOs e as empresas que eles lideram devem desempenhar um papel central na abordagem dessas questões e ajudar a restaurar o otimismo económico”.
Outras conclusões do 2023 Edelman Trust Barometer:
- Medos económicos pessoais, como perda do emprego (89 por cento) e inflação (74 por cento), estão em pé de igualdade com temores sociais urgentes, como mudança climática (76 por cento), guerra nuclear (72 por cento) e escassez de alimentos (67 por cento).
- Espera-se que os CEOs usem recursos para responsabilizar as forças divisoras: 72 por cento acreditam que os CEOs são obrigados a defender os fatos e expõem a ciência questionável quando utilizada para justificar más políticas sociais; 71 por cento acreditam que os CEOs são obrigados a retirar dinheiro de publicidade de plataformas de media que espalha desinformação; e 64 por cento, em média, dizem que as empresas podem ajudar a aumentar o civismo e fortalecer o tecido social apoiando políticos e meios de comunicação que criam consenso e cooperação.
- O governo (51 por cento) é agora suspeito em 16 dos 28 países pesquisados, incluindo os EUA (42 por cento), Reino Unido (37 por cento), Japão (33 por cento) e Argentina (20 por cento). Os media (50 por cento) são suspeitos em 15 dos 28 países, incluindo Alemanha (47 por cento), Estados Unidos da América (43 por cento), Austrália (38 por cento) e Coreia do Sul (27 por cento). “O meu empregador” (77 por cento) é a instituição mais confiável e apresenta bons índices em todos os países em questão, exceto na Coreia do Sul (54 por cento).
- Líderes governamentais (41 por cento), jornalistas (47 por cento) e CEOs (48 por cento) são os líderes institucionais menos confiáveis. Os cientistas (76 por cento), os colegas de trabalho (73 por cento entre os colaboradores) e o CEO (64 por cento entre os colaboradores) são os mais confiáveis.
- A tecnologia (75 por cento) foi mais uma vez o setor mais confiável, seguido pela educação (71 por cento), alimentos e bebidas (71 por cento) e saúde (70 por cento). Os media (44 por cento) permaneceram o setor menos confiável.
- O Canadá (67 por cento) e a Alemanha (63 por cento) continuam a ser os dois países estrangeiros mais confiáveis, seguidos pelo Japão (61 por cento) e Reino Unido (59 por cento). A Índia (34 por cento) e a China (32 por cento) são os menos confiáveis.
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