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Eaton define as 5 maiores tendências para o setor energético em 2023

Eaton define as 5 maiores tendências para o setor energético em 2023
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 Eaton define as 5 maiores tendências para o setor energético em 2023

2023 será um ano especialmente desafiante para o setor da energia. A transição energética está no topo da agenda há já algum tempo e a urgência por novos padrões de geração de energia irá aumentar este ano, a par da pressão para reforçar a segurança energética da Europa, e da obrigatória redução das emissões de carbono.

A Eaton, empresa líder na gestão de energia, fez uma análise do mercado e identificou as 5 grandes tendências para este ano para o setor dos serviços de energia.

“Os operadores de transporte e distribuição devem abraçar a descarbonização, a descentralização e a digitalização para modernizarem a rede, e ao mesmo tempo adotar uma abordagem necessariamente robusta à cibersegurança e à sustentabilidade”, diz José Afonso, C&I Buildings Segment Marketing Manager Iberia.

“2022 foi um ano turbulento. A própria flutuação agressiva do preço da energia acabou por dar um novo boost ao tema das energias renováveis. 2023 vai ser um ano cheio de desafios, mas a Eaton acredita que estas são as tendências que irão moldar este ano.”

 

 

Tendência #1 = Produção descentralizada de energia

A transição de energia está a esbater as fronteiras da rede. Aqueles que tradicionalmente eram descritos como os que estavam "atrás do contador" - as casas, empresas e indústrias que consomem energia - estão cada vez mais a avançar "para a frente do contador". Isto porque já estão a gerar alguma da sua própria energia a partir de ativos como os painéis solares, ou mesmo a gerir a sua própria oferta e procura com sistemas de armazenamento de energia.

Este novo grupo, designado por Prosumers - porque produzem e consomem energia -, marca o caminho a seguir num mercado energético que tem de se afastar da forte dependência dos combustíveis fósseis para mitigar as alterações climáticas.

Para as economias nacionais, a energia gerada internamente, mesmo em pequenos pacotes, reduz a dependência das importações, e aumenta a segurança energética. Mas, apesar das vantagens serem evidentes, esta descentralização apresenta desafios para o sector dos serviços energéticos que têm de equilibrar o fluxo variável de energia proveniente dos Prosumers e das energias renováveis comerciais, com uma oferta estável, nomeadamente em alturas de pico de procura na rede.

 

Tendência #2 = Flexibilidade do lado da procura

À medida que os Prosumers se familiarizam com a geração de energia, também começam a perceber como podem monetizar toda a produção e capacidade de armazenamento.

Este novo contexto representa um grande desafio para os operadores de rede distritais (DNOs) que estão a ter dificuldade em ajustar-se à realidade emergente de terem de lidar com fluxos de energia bidirecionais, em redes desenvolvidas para fluxos unidirecionais de apenas alguns geradores para muitos consumidores.

Os DNOs terão de se aproximar dos District System Operators (DSOs) para conseguirem otimizar a gestão de questões como o congestionamento da rede que os grandes fluxos de produção descentralizada de energia podem causar.

Durante 2023, o debate sobre a estrutura dos DNOs e dos DSOs irá cristalizar. De acordo com um novo estudo da DNV, publicado pela SmartEn, desencadear a ativação total da flexibilidade dos edifícios, veículos elétricos e indústria em 2030 reduziria os custos de investimento na rede de distribuição em até 29,1 mil milhões de euros por ano.

Também poderia poupar aos consumidores até 71 mil milhões de euros por ano, evitar 15,5 Terawatt-Horas de limitações da eletricidade produzida a partir de fontes de energia renováveis, 2,7 mil milhões de euros correspondentes à geração de picos, e evitar 37,5 milhões de toneladas de emissões anuais de gases com efeito de estufa.

 

Tendência #3 = Digitalização

Um modelo energético complexo que engloba muitos pontos de fornecimento e consumo variáveis deve ser gerido digitalmente, mas os serviços públicos estão divididos entre o progresso da digitalização das suas redes e a atualização da infraestrutura existente.

Um estudo internacional da 451 Research, uma subsidiária da S&P Global Market Intelligence, concluiu que o sector das empresas de serviços públicos está num ponto crítico de transição. É desafiado a manter a rede e os níveis de serviço atuais, apesar das crescentes exigências e do envelhecimento da infraestrutura existente, ao mesmo tempo que enfrenta a necessidade de mudar os modelos de serviço e aplicar a informação extraída da análise de dados para otimizar as operações.

Em 2023 a pressão para escolher será maior do que nunca.

 

Tendência #4 = Cibersegurança

A descentralização e a digitalização envolvem o processamento de um grande volume de dados, algo que desencadeia muitas preocupações em termos de cibersegurança - quanto mais dados existirem num sistema, mais vulnerabilidades existirão.

Há uma responsabilidade coletiva em preparar a rede para a transição energética, e assegurar que nenhum ciberataque pode comprometer os edifícios.

Este ano, os sectores da energia e da cibersegurança têm de trabalhar em conjunto para salvaguardar a rede e garantir que as ambições net zero não sejam frustradas por ciberataques.

Também os governos devem trabalhar em estreita colaboração com o sector energético para este fim, de modo a garantir a robustez de toda estratégia. Isto deve envolver a adoção de investimento privado e de novas tecnologias inovadoras que preparem o caminho para melhores processos e estruturas de gestão de risco.

 

Tendência #5 = Comutador livre de SF6

A UE, e outros países europeus, incluindo o Reino Unido, estão decididos a proibir o uso de gás SF6 de aquecimento global em comutadores de média tensão a partir dos meados desta década.

Os serviços públicos, juntamente com os muitos outros sectores que usam este tipo de comutadores, terão de escolher alternativas para projetos futuros.

A proibição do gás SF6 em comutadores irá provavelmente aumentar o custo das recargas e do descomissionamento e reciclagem em fim de vida.

Uma rede descentralizada de alta renovação vai exigir mudanças mais frequentes, algo que vai promover o crescimento do mercado europeu de equipamentos de comutação - quer para novos equipamentos, quer para substitutos.

A decisão de abolir o SF6 não é difícil e deve ser tida em conta este ano. A tecnologia de comutadores de média voltagem sem SF6 está madura, e amplamente disponível na gama até 24kV, inclusive. A sustentabilidade é um dos temas fortes e transversais a todas as indústrias este ano.

Acompanhar as tendências e aproveitar os desafios para criar novas oportunidades será crucial este ano.

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