ISEL, Galp e Saint-Gobain criam argamassas mais sustentáveis para a construção
- Projeto de investigação ECO-Zement do ISEL em parceria com a Galp incorpora subprodutos resultantes de processos de refinação em argamassas
- Argamassas melhoram em termos ambientais, mas também em desempenho
A Saint-Gobain, principal empresa francesa de materiais de construção, irá utilizar um subproduto gerado na Refinaria de Sines, da Galp, para produzir argamassas – materiais de construção à base de cimento – recorrendo à aplicação de um processo circular inovador.
Esta nova argamassa, utilizada, por exemplo, na colagem de elementos cerâmicos, contribui para a redução da pegada ambiental, preservando recursos naturais não renováveis, reduzindo as emissões de CO2, bem como o consumo de energia. Além do mais, permite um desempenho melhorado ao nível do conforto na aplicação relativamente às argamassas convencionais.
O projeto de I&D+i ECO-Zement teve início em 2010, por iniciativa do Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL), que o coordenou, e contando com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Galp.
O projeto consiste na implementação de um conceito de Economia Circular alargado incluindo o ISEL (academia), a Galp (indústria geradora do resíduo) e indústrias de materiais de construção, potencialmente reutilizadoras do subproduto, sendo que a primeira transferência de subproduto para a Saint-Gobain Portugal ocorreu no final do mês passado.
Pelo meio, verificou-se um longo processo envolvendo o ISEL e as indústrias que, combinando diferentes metodologias, recursos, abordagens e ideias, potenciaram análises integradoras e a descoberta de soluções inovadoras suportadas em resultados reconhecidos pela comunidade científica internacional.
O processo culminou com a reclassificação do resíduo gerado na unidade de cracking catalítico – que produz gasolinas – como um subproduto por parte da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), permitindo que a Galp reduzisse a quantidade de resíduo gerado e os custos de gestão de um resíduo que, desta forma, passou a gerar valor acrescentado.
O projeto ECO‑Zement gerou conhecimento fundamental e desenvolveu investigação aplicada, competitiva a nível internacional, e desenvolveu atividades de I&D+i orientadas para as necessidades de cumprimento das metas e compromissos ambientais assumidos pelo Estado Português. Além disso, permite ao ISEL participar na transferência e valorização tecnológica do conhecimento produzido, contribuindo para a inovação e competitividade do tecido económico português, gerando fontes de financiamento adicionais – através de royalties e outros rendimentos – para suporte a atividades de I&D+i.
Post A Comment:
0 comments: