Tecnologia vai contribuir para um investimento de 220 mil milhões de euros no hidrogénio

A tecnologia vai contribuir para um investimento de 220 mil milhões de euros no hidrogénio

· Num contexto de regulamentação cada vez mais apertada em matéria de redução das emissões, o hidrogénio é uma das tecnologias-chave para a transição energética.

· Portugal é um dos principais países candidatos ao investimento em hidrogénio.

· A NTT DATA apoia empresas a desenvolver novos modelos de negócio e a identificar oportunidades neste domínio.

Numa altura em que o contexto socioeconómico e a vontade dos países em avançar com modelos económicos mais sustentáveis estão a agitar o mercado de energia, o hidrogénio afirma-se como um fator relevante para a transição energética.

Este elemento-chave rumo à pegada de carbono zero tornou-se uma das opções energéticas mais sustentáveis e eficazes para se alcançarem os objetivos de descarbonização e está a ganhar peso como fonte de combustível, especialmente para utilização nos setores de transporte e indústria. De acordo com um relatório do Hydrogen Council - uma iniciativa lançada no Fórum Económico Mundial em Davos -, foram apresentados 680 projetos de hidrogénio de grande escala em 2022, prevendo-se que o investimento direto atinja 220 mil milhões de euros (240 mil milhões de dólares americanos), até 2030.

Neste contexto, a NTT DATA desenvolveu o relatório "Hydrogen: The New Commodity Powering a Greener Economy", que faz uma análise do hidrogénio como parte da economia verde para a qual a sociedade quer evoluir. A empresa está a trabalhar em projetos que colocam a tecnologia no centro, apoiando a aceleração da transição energética, nomeadamente pela transformação e aceleração digital dos negócios suportados em fontes renováveis, como a energia solar, eólica ou hidroelétrica ou de negócios centrados na produção de hidrogénio. Tudo isto contribui para acelerar o desenvolvimento de um mercado maduro, alinhado com a estratégia dos países e com as políticas estabelecidas pela UE em matéria de emissões.

De acordo com Luís Vaz de Carvalho, Partner, Head of Utilities practice da NTT DATA Portugal, “O hidrogénio está a ganhar cada vez mais relevância enquanto combustível e matéria-prima para processos produtivos junto da indústria. É, de resto, um elemento importante para a transição energética e, apesar de já ter um papel real em vários domínios de aplicação, é necessário acelerar os casos de uso da sua utilização. Só assim o hidrogénio poderá ter uma aplicabilidade mais generalizada e integrada, ao invés de localizada e focada apenas em algumas indústrias. A experiência que a NTT DATA tem no setor de energia e junto das principais organizações que fazem parte da sua cadeia de valor, permite apoiar na implementação de diferentes tecnologias que suportam diversos processos de negócio também no ecossistema do hidrogénio.”

Ibéria, uma região com protagonismo no hidrogénio verde

A Europa é considerada líder mundial no desenvolvimento do hidrogénio. A regulamentação apertada em matéria de redução das emissões fez desta opção energética uma das tecnologias-chave para a transição verde. Isto significa a abertura de novos mercados e oportunidades comerciais promissoras, que, por sua vez, atraem investimentos de fundos de capital de risco especializados e de empresas energéticas já estabelecidas.

Neste sentido, a região ibérica é uma das principais candidatas a este tipo de investimento, já que reúne muitas das condições prévias para a sua produção, especialmente de hidrogénio verde, graças ao seu elevado grau de desenvolvimento de energias renováveis, e, em dias favoráveis, a produção isenta de CO2 atinge valores muito elevados, existindo ainda um grande potencial para expansão. Além disso, dispõe de uma boa rede de infraestruturas (portos, gasodutos, etc.) que facilitará as exportações, havendo um forte compromisso das empresas da região com cadeias de abastecimento integradas, com procura própria de hidrogénio para refinarias e processos industriais, que podem reduzir os custos de transporte, o ponto mais crítico neste momento.

De recordar que Portugal já deixou de produzir energia a partir de carvão, tendo como compromisso assegurar 47% das suas necessidades energéticas através de fontes renováveis, até 2030, para depois alcançar a neutralidade carbónica em 2050. Nesse sentido, foi recentemente apresentada a primeira unidade de hidrogénio verde, que será desenvolvida em Sines, e realizou-se também um piloto para testar a primeira injeção de hidrogénio verde na rede de gás natural.

Novas aplicações de hidrogénio

Até agora, o hidrogénio era fundamentalmente usado em refinarias para operações de cracking e fabrico de polímeros, na indústria de fertilizantes e na produção de aço. No entanto, será também utilizado na produção e armazenamento de energia, no transporte rodoviário (especialmente pesado) através de células de combustível, assim como na produção de combustíveis sustentáveis para o transporte marítimo e, finalmente, aviação.