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FUNDAÇÃO L’ORÉAL E UNESCO RECONHECEM O TRABALHO DE TRÊS CIENTISTAS EXILADAS

FUNDAÇÃO L’ORÉAL E UNESCO RECONHECEM O TRABALHO DE TRÊS CIENTISTAS EXILADAS
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FUNDAÇÃO L’ORÉAL E UNESCO RECONHECEM O TRABALHO DE TRÊS CIENTISTAS EXILADAS

As cientistas Mursal Dawodi (Afeganistão), Ann Al Sawoor (Iraque) Marycelin Baba (Nigéria) foram homenageadas pelo seu trabalho na edição deste ano que aconteceu em Paris.
Os prémios daquela que foi a 25ª edição da cerimónia L’Oréal-UNESCO “Mulheres na Ciência” pretenderam dar visibilidade à liderança feminina no mundo da ciência, reconhecendo a coragem, resiliência e empenho destas três Mulheres na área da investigação, que tiveram de pedir asilo fora dos países de origem para sobreviver.

A cerimónia de entrega de prémios L'Oréal-UNESCO ‘For Women in Science’ teve lugar em Paris e contou com o reconhecimento do trabalho desenvolvido, no âmbito da ciência, de três mulheres exiladas. Dr. Mursal Dawodi (Afeganistão), Dra. Ann Al Sawoor (Iraque) e Dra. Marycelin Baba (Nigéria) receberam uma medalha de honra e uma doação no valor de 30.000 euros como forma de destacar o seu trabalho, determinação, coragem e resiliência por terem fugido dos seus países para sobreviverem e darem continuidade à sua atividade laboral. As condições adversas, a nível pessoal e profissional, levaram a que cada uma tivesse de interromper a pesquisa que estava desenvolver nos países de origem para prosseguir, ainda que parcialmente, em instituições de ensino superior, de pesquisa ou culturais noutros locais do mundo.

Beneficiárias do Programa de Acolhimento de Emergência para Cientistas no Exílio (PAUSE), ou do Fundo de Resgate Escolar do Instituto de Educação Internacional, as premiadas foram escolhidas pela Diretora Geral da UNESCO, Audrey Azula e pelo presidente da Fundação L'Oréal, Jean-Paul Agon. A seleção foi feita com base nas avaliações das duas organizações sem fins lucrativos, bem como no seu trabalho científico e na sua resiliência na superação dos desafios que enfrentam.

A medalha de honra foi entregue por Alexandra Palt, Diretora Executiva da Fundação L'Oréal; pela Professora Edith Heard, Professora de Epigenética e Memória Celular no Collège de France, e também Diretora Geral do Laboratório Europeu de Biologia Molecular, premiada em 2020 com o Prémio Internacional L'Oréal-UNESCO ‘For Women in Science’; e ainda por Firmin Edouard Matoko, Diretor-Geral Adjunto da UNESCO para Prioridades Africanas e Relações Externas.

Para Alexandra Palt, Diretora Executiva da Fundação L'Oréal: "Tornar-se e permanecer cientista num contexto de conflito geopolítico representa um verdadeiro desafio. É importante homenagear estas mulheres invisíveis e aplaudir a sua resistência. Uma das missões da Fundação é lutar contra todos os obstáculos que se colocam no caminho das mulheres investigadoras. Por isso, pela primeira vez, quisemos apoiar as mulheres cientistas que tiveram de pedir asilo no estrangeiro e ajudá-las a dar continuidade aos seus projetos".

De acordo com Xing Qu, vice-diretora-geral da UNESCO: "Hoje, mais do que nunca, é essencial garantir ambientes propícios e seguros para todas as mulheres cientistas. Esta homenagem especial soma-se ao trabalho contínuo da Academia Mundial de Ciências da UNESCO para o Avanço da Ciência em Países em Desenvolvimento e que tem apoiado investigadores em risco, deslocados e refugiados, bem como as organizações que os recebem. Estes esforços são fundamentais para mitigar as dificuldades que enfrentam e garantir que possam continuar as suas pesquisas e projetos. A sua experiência será fundamental para a reconstrução dos seus países de origem."

Dra. Mursal Dawodi, Afeganistão
Disciplina: Inteligência artificial
Deslocada na Alemanha quando o regime político mudou no Afeganistão
A Dra. Mursal Dawodi foi assistente de investigação na Universidade Politécnica de Kabul e é autora de múltiplas publicações científicas. O seu trabalho foca-se no uso da inteligência artificial e na tradução automática de [Deri e Pashto]. Ambiciona dedicar-se à análise de dados para empresas.

Dra. Ann Al Sawoor, Ann Al Sawoor, Iraque. Obteve a nacionalidade francesa em 2022
Disciplina: Matemática
Mudou-se para França depois de ter sido vítima de violência física devido ao seu género e religião
Ann Al Sawoor é especializada na análise numérica de probabilidade e análise assintótico; ou seja, em Técnicas de Álgebra Linear Numérica para Big Data, na Universidade de Mosul, no Iraque. Atualmente é Professora Sénior no ICES, no Instituto Católico Vendée e na University of West Brittany.

Dra. Marycelin Baba, Nigéria
​Disciplina: Biologia molecular
Deslocada da África do Sul e do Quénia devido ao terrorismo. Neste momento, já regressou à Nigéria.
Marycelin Baba, viróloga médica nigeriana, contribuiu para a eliminação da poliomielite na Nigéria e também para o desenvolvimento da pesquisa médica sobre arbovírus na África subsaariana. Coordenou testes em laboratório para a Covid-19 no estado de Bornéu.

25 ANOS AO SERVIÇO DAS MULHERES CIENTISTAS

A cerimónia contou com a presença de representantes do mundo científico, universidades, líderes de opinião, políticos e membros das autoridades, juntamente com organizações que promovem a igualdade de género e o empoderamento das mulheres.

O evento contou com o discurso de abertura de Jean-Paul Agon, presidente da Fundação L'Oréal, e de Audrey Azoulay, diretora geral da UNESCO, que lembrou que a luta pioneira empreendida pela inclusão de mulheres na ciência continua a ser uma causa fundamental.

O momento também contou com a participação da jovem cientista Kiara Nirghin, reconhecida em 2016 pela revista Time como uma das 30 adolescentes mais influentes do ano, que partilha a importância de promover vocações, especialmente entre as próximas gerações.
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