Flattie é o primeiro vencedor do James Dyson Award em Portugal
O primeiro capacete do mundo a dobrar-se completamente tem como objetivo redefinir a segurança e a comodidade em movimento.
Nesta primeira edição do James Dyson Award em Portugal, o projeto vencedor pretende tornar o transporte de um capacete mais fácil e conveniente a par de contribuir para a economia circular, ao ser constituído por partes desmontáveis que podem ser recicladas ou reaproveitadas.
Tem o nome de Flattie e tem como principal objetivo a promoção da utilização do capacete numa altura em que a micromobilidade urbana é uma tendência em crescimento: em Portugal, 48% dos condutores de automóveis complementa a mobilidade com trotinetas e bicicletas, bem como transportes públicos, de acordo com Observador Cetelem Automóvel 2023. No entanto, este aumento vem acompanhado de um crescimento no número de acidentes e ferimentos. Em quatro anos, os feridos em acidentes que envolvem bicicletas, trotinetas e skates quase triplicaram. Em 2022, o INEM registou 6,280 feridos, enquanto que em 2021 foram 3,251.
O capacete dobrável com um forro de cortiça aglomerada tem um revestimento de poliuretano termoplástico (TPU) e as cavidades contêm fluído espessante de cisalhamento (STF), materiais que proporcionam uma proteção robusta contra impactos, mantendo a flexibilidade. Quando dobrado completamente, fica com uma dimensão semelhante a um computador portátil de 15’’.
A Invenção
O Flattie foi criado por Gabriel Serra, Designer Industrial e estudante de doutoramento em Engenharia Mecânica na Universidade de Aveiro. É licenciado em Design Industrial e mestre em Engenharia e Design de Produto. Gabriel aponta a psicologia do consumo, a economia circular e sustentabilidade, e o marketing como algumas das suas áreas de interesse. O vencedor português vê no James Dyson Award a oportunidade de operacionalizar o projeto e concretizar o seu sonho de o colocar no mercado.
Vencer a fase nacional do James Dyson Award resulta num prémio de 5,700€ para o Flattie. Segundo o vencedor, Gabriel Serra, a próxima fase do projeto consiste no aperfeiçoamento do produto, em termos de design e testes com utilizadores.
“O processo de design foi muito desafiante, uma vez que a ideia era não só reduzir o atrito na adoção de capacetes pelos utilizadores de micromobilidade, mas também inovar em termos de sustentabilidade, criando um capacete com uma menor pegada de carbono e totalmente circular. Este material amigo do ambiente não só aumenta a segurança ao resistir a múltiplos impactos sem perder as suas capacidades de proteção como se torna sustentável pelo facto do material resistente permitir um uso mais prolongado do produto. Vencer o James Dyson Award, com o seu prestígio, é uma grande honra, e acredito que pode ser o apoio que o projeto precisa para dar um próximo passo.” - explica Gabriel.
Diogo Gomes de Araújo, da Agência Nacional de Inovação, júri nacional do James Dyson Award, afirma: “Os projetos submetidos foram bastante interessantes, procurando resolver diferentes problemas que afetam a nossa sociedade. A chegada do James Dyson Award é uma mais-valia para estimular a inovação de origem académica, esperando que esta primeira edição em Portugal seja um bom começo e que traga oportunidades de crescimento para as ideias dos nossos jovens empreendedores.”
A lista dos 20 melhores projetos a nível internacional será anunciada a 18 de outubro, e os vencedores internacionais a 15 de novembro.
Post A Comment:
0 comments: