Porto Tech Hub destaca três maneiras para tornar a tecnologia mais sustentável
Quando se pensa em impacto ambiental, a mente leva-nos para carros, pesticidas, lixos industriais e gases de efeito estufa. Também a indústria tecnológica tem a sua responsabilidade neste problema e, de acordo com o Programa Ambiental das Nações Unidas, as empresas tecnológicas produziram entre 2 a 3% das emissões globais de dióxido de carbono a nível mundial em 2021.
É neste contexto que a Porto Tech Hub, associação tecnológica que tem como missão tornar o Porto um centro tecnológico de excelência, destaca três formas em como a tecnologia pode ser mais verde e uma aliada da sustentabilidade.
1 | Green skills
Entende-se por green skills um conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes alinhados com a consciência ambiental. No contexto da escassez de talento global, a procura por competências ecológicas está a crescer: de acordo com o estudo Green Business Transformation, do ManpowerGroup, 78% das organizações no setor das TI procura profissionais com funções verdes. O compromisso com a sustentabilidade começa com a consciência de que todas as crenças e atitudes têm de estar alinhadas com a redução da pegada ecológica das pessoas e organizações.
2 | Eficiência energética
O uso e desenvolvimento de tecnologia requer o consumo de muita energia e recursos, produzindo também uma quantidade significativa de resíduos eletrónicos. A nível global, a tecnologia é responsável por 8 a 10% do consumo de energia e por 2 a 4% das emissões de gases com efeito de estufa, segundo a Telefónica.
É, por isso, urgente que o setor adote práticas e medidas que reduzam o seu impacto energético, investindo por exemplo em equipamentos com certificação de eficiência energética excelente, e implementando sistemas de monitorização e de gestão dos equipamentos com vista a controlar o consumo energético.
Além disso, a aposta em fontes de energia renováveis e a redução do uso de combustíveis fósseis são medidas que também têm um impacto significativo na mitigação do impacto ambiental. Por fim, preservar e prolongar o ciclo de vida dos equipamentos através da sua manutenção e implementar programas de reciclagem traduz a ética empresarial e objetivos ecológicos das organizações.
3 | Cadeias de produção
A cadeia de produção compreende todas as etapas de um produto, desde a extração da matéria-prima até chegar ao consumidor final. Quando esta cadeia e todos os players e fornecedores se encontram alinhados com um consumo mais sustentável e até com a economia circular, com produtos concebidos para a reutilização, reciclagem e recondicionamento, é reduzida tanto a produção de resíduos como o uso de recursos naturais.
O setor tecnológico tem um papel vital nas cadeias de produção através de aquisições de produtos ecologicamente éticos, mas também através da formação e tomada de consciência dos profissionais para o impacto do seu trabalho. Através da implementação de tecnologias como a Inteligência Artificial, otimiza-se as cadeias de produção, uma vez que, ao prever quais os produtos com mais procura, é possível melhorar a eficiência da produção, reduzir o desperdício de matéria-prima e diminuir a emissão de gases com efeito estufa.
De acordo com Luís Silva, Presidente da Porto Tech Hub, “se há setor preparado para os desafios ambientais, é o da tecnologia. Com um ADN intrinsecamente disruptivo, dinâmico, em constante evolução, composto por profissionais de pensamento rápido, racional e decisivo, a indústria tecnológica pode ser a chave para uma transição ecológica responsável e impactante”.
É importante refletir sobre como as empresas de tecnologia devem tomar medidas de combate e prevenção sobre o seu impacto ambiental. A consciencialização e adoção de boas práticas com foco num futuro verde é importante não só para ajudar as empresas a cumprir os seus objetivos e desenvolver competências essenciais para o futuro, mas sobretudo para maximizar a saúde do planeta.
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