Projeto de descarbonização permite redução anual de mais de mil toneladas de CO2
- Sistema geotérmico instalado na Bosch Car Multimedia Portugal, S.A. em Braga contribui significativamente para a neutralidade da pegada carbónica deste complexo industrial;
- Combustíveis de origem fóssil foram descontinuados nestas instalações e a energia consumida é na sua totalidade proveniente de fontes renováveis;
- Projeto engloba o aumento de autoprodução de energia verde, através do aumentando de centrais fotovoltaicas.
A sustentabilidade é um compromisso assumido pela Bosch a nível global, e o caminho passa pela neutralidade carbónica (scope 1 e 2) e, a unidade da Bosch em Braga acaba de dar mais um passo significativo através da implementação de um projeto de descarbonização que, entre outras medidas, resultou na construção de um parque geotérmico que veio ajudar a eliminar a necessidade de gás na localização, passando esta a utilizar exclusivamente energias renováveis, produzidas através de recursos não esgotáveis e que o planeta nos oferece gratuitamente, tais como: vento, sol, força das marés, energia geotérmica do planeta, entre outras.
“Este projeto de descarbonização é muito relevante e significativo para a unidade da Bosch em Braga, pois reflete o trabalho que estamos a desenvolver no âmbito do nosso compromisso com a sustentabilidade, enquanto empresa e para com a sociedade de uma forma geral. Este não é um projeto isolado, pois enquadra-se dentro da estratégia de transição energética que a Bosch está a colocar em prática em todas as áreas do negócio, seja com aplicação de medidas e soluções que promovem a eficiência energética nas suas diferentes localizações, como também na vertente de desenvolvimento de serviços, e produção de tecnologias e produtos que vão ajudar os consumidores a utilizar as várias energias de forma mais eficiente e sustentável”, afirma Carlos Ribas, representante da Bosch em Portugal e diretor técnico da Bosch em Braga.
Desenvolvido e implementado entre 2022 e 2023, este novo projeto de descarbonização da Bosch em Braga materializou-se através da instalação de um sistema de bomba de calor geotérmica, que se traduz na combinação ente uma bomba de calor e neste caso, 140 sondas geotérmicas levadas até uma profundidade de 133 metros, e assume-se como sendo uma das maiores centrais geotérmicas em Portugal Continental. Através das sondas geotérmicas e de bomba de calor de condensação a água, este sistema tem a capacidade de fornecer energia térmica em arrefecimento ou aquecimento de uma forma mais eficiente e económica do que qualquer outro sistema convencional. O recurso a este sistema geotérmico veio proporcionar uma redução muito significativa em emissões de carbono, estimando-se esta em cerca de 600 toneladas de CO2 por ano.
A instalação do sistema geotérmico integra-se no plano alargado de transição energética da empresa, que tem como um dos principais objetivos, e já concretizado, a eliminação do uso de gás natural como fonte de energia primária. Do conceito base do projeto faz ainda parte um conjunto de medidas adicionais, que passam por diferentes soluções complementares de: recuperação de energia da infraestrutura já existente, nomeadamente dos equipamentos de produção de ar comprimido e de produção de água fria; sistemas de bomba de calor e chillers de elevada eficiência sazonal; e a permanente monitorização e otimização da gestão técnica dos edifícios, de forma a tornar o controlo dos sistemas de AVAC (Aquecimento, Ventilação e Ar-Condicionado) mais autónomos e eficientes. Combinadas, estas medidas equivalem a uma poupança de aproximadamente 5.740 MWh de gás natural, o que corresponde a uma redução anual das emissões de 1.160 toneladas de CO2.
Instalação de parque fotovoltaico diminui a dependência energética do exterior
Tendo atualmente a energia elétrica como fonte de energia unitária, a Bosch fez em Braga também o investimento na instalação de 5.934 módulos fotovoltaicos capazes de gerar anualmente 4GWh de energia elétrica, para autoconsumo na sua totalidade. Esta produção corresponde a cerca de 10% da energia necessária neste complexo industrial. O objetivo é continuar a expandir a produção de energia através de módulos fotovoltaicos até atingir uma capacidade de produção anual de 12GWh até 2027, o que irá aumentar a resiliência energética do complexo para 30% das necessidades.
Monitorização de consumos reais na base da conceção do projeto
No passado, a fábrica da Bosch em Braga utilizava um mix energético de eletricidade e gás natural, com este último a ser usado maioritariamente na produção de água quente, por sua vez destinada a ser utilizada nos sistemas de aquecimento e de controlo da climatização em todos os edifícios deste complexo industrial. O tipo de aparelhos produzidos na unidade de Braga requerem uma estabilidade muito restrita dos valores de temperatura e de humidade relativa que, por sua vez se conseguem através de elevados consumos energéticos dos sistemas de ventilação, aquecimento e ar condicionado. Em 2021, o consumo de gás natural, única fonte de energia proveniente de combustíveis fosseis nessa altura, foi de cerca de 6% do consumo energético total. Daqui derivou o projeto para terminar com o uso de combustíveis fosseis nas instalações, o gás natural. Para tal foram feitas análise através da monotorização dos dados dos consumos energéticos em tempo real nos várias edifícios numa plataforma de gestão de energia desenvolvida no âmbito da digitalização e da aplicação de soluções indústria 4.0 na unidade da Bosch em Braga. Estes dados permitiram a otimização e redução dos consumos associados aos sistemas de AVAC, nomeadamente os da utilização de água quente, proporcionando à equipa uma visão geral e abrangente do desempenho do sistema. O entendimento do funcionamento do sistema serviu como base na conceção deste projeto de descarbonização.
O projeto bomba de calor-geotérmica, concretizou-se através de um investimento de 2 milhões de Euros e integra-se no quadro de atuação do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) para a descarbonização da indústria, cumprindo com os objetivos para a sua aplicação: “redução das emissões e conservação dos recursos naturais; melhoria continua do desempenho energético; redução de custos e otimização de investimentos para a eficiência energética”.
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