- 87% das empresas em Portugal acreditam que a IA irá transformar os seus setores nos próximos 5 anos.
- E 51% reportam já um aumento de eficiência como resultado do recurso a esta tecnologia.
- O estudo, desenvolvido pela Strand Partners e encomendado pela AWS, destaca que TI e Telecomunicações, Indústria e Serviços Financeiros são os três principais setores nacionais a adotar IA.
- 76% das organizações em Portugal estão dispostas a pagar mais por profissionais com competências em IA.
- A cibersegurança, a computação na cloud e a IA generativa são as competências digitais mais valorizadas pelas empresas.
A inteligência artificial (IA) está a ganhar terreno entre as empresas portuguesas, indica um novo estudo independente da consultora Strand Partners, encomendado pela Amazon Web Services (AWS). Em fevereiro de 2024, a Fase 1 desta investigação destacou que o aumento da adoção de IA e outras tecnologias digitais poderia impulsionar significativamente a economia portuguesa, desbloqueando 61 mil milhões de euros até 2030. Agora, a Fase 2 deste estudo revelou um aumento significativo (22%) na adoção da tecnologia de IA em Portugal, com 57% das empresas nacionais a utilizarem consistentemente pelo menos uma ferramenta de Inteligência Artificial.
O estudo, que ouviu 1.500 líderes empresariais
portugueses, traça um quadro otimista do futuro da IA no país. Uma das suas
principais conclusões revela que 70% – um número muito elevado de empresas –
indica estar familiarizada com esta tecnologia, e utiliza, pelo menos, uma
ferramenta de IA. Em Portugal, os benefícios da adoção de IA parecem claros.
Entre as empresas que implementaram esta tecnologia, 51% relatam um aumento de
eficiência; 38% sentem-se mais apoiadas na tomada de decisões e 34% identificam
melhorias significativas na experiência do cliente. Estes números demonstram um
impacto positivo e multifacetado da IA, bem como a identificação de vantagens,
significativas, na produtividade, eficiência e competitividade das empresas
portuguesas.
"Portugal tem o potencial para se tornar uma das
referências europeias em IA, resultado do excelente trabalho que está a ser
feito por empresas e organizações públicas. As empresas priorizam cada vez mais a
inovação e eficiência, e em apenas um ano, a taxa de adoção de IA em Portugal aumentou
consideravelmente", afirma Suzana
Curic, Country Lead da AWS em Portugal e Espanha. "É muito gratificante para a AWS trabalhar com clientes portugueses
que demonstram uma abertura tão
positiva em compreender os múltiplos benefícios que esta tecnologia pode
trazer aos seus negócios".
Um exemplo de uma empresa local que já está a implementar
esta tecnologia de IA é a Ascendi. Esta empresa portuguesa de gestão de ativos,
que presta serviços de cobrança de portagens e gere a operação e manutenção de
infraestruturas rodoviárias, está a adotar tecnologia de IA e GenAI da AWS para
melhorar a inteligência dos chatbots e automatizar as interações com os
clientes. A Ascendi está a agilizar os procedimentos de resposta aos clientes
com o apoio de uma ferramenta de inteligência artificial que analisa e resume
as comunicações escritas com os mesmos.
A percentagem de empresas que acredita que a IA vai
transformar os seus setores nos próximos cinco anos subiu 23 pontos
percentuais, entre 2022 e 2023, situando-se agora nos 87%. E 35% preveem,
mesmo, que a IA mude fundamentalmente a forma como o seu setor opera. Mas,
neste momento, o impacto da IA no desempenho das empresas já é visível. O
serviço e apoio ao cliente (30%), a deteção e prevenção de fraudes (29%) e a
análise financeira e negociação (27%) são as principais áreas onde as empresas
portuguesas recorrem à utilização de ferramentas de IA. Estes resultados mostram que a IA não é apenas uma palavra da moda, mas uma ferramenta que está a ser utilizada e a
produzir resultados concretos.
Adoção de IA por setores
O estudo destaca diferenças significativas na adoção de
IA entre as indústrias locais. Os
serviços financeiros (78%), a indústria (66%) e as TI e Telecomunicações (65%),
aparecem como setores líderes neste
processo. Já o setor da saúde
é o que apresenta uma taxa mais baixa de adoção de IA (52%).
A forma como a IA é aplicada entre as indústrias líderes
também difere, refletindo as necessidades específicas de cada setor. Os serviços
financeiros, por exemplo, destacam-se na utilização de IA para deteção de
fraudes, enquanto o setor da indústria se concentra mais na criação de
conteúdos. Em geral, todos os setores relatam melhorias de eficiência, e as
empresas portuguesas indicam que utilizam ferramentas de IA em áreas como o
serviço ao cliente, a gestão de recursos humanos, a análise preditiva e a
automação de processos.
Escassez de talento qualificado
Num cenário em que as competências digitais se tornam
cada vez mais cruciais para o sucesso empresarial, a cibersegurança lidera a
lista de qualificações mais valorizadas pelas empresas – 30% a consideram-na
prioritária, seguida de perto pela computação na cloud (27%) e pela IA
generativa (26%).
Os resultados da segunda fase deste estudo destacam que
84% das empresas inquiridas consideraram as competências digitais importantes
para as suas operações, e 27% afirmaram mesmo que não poderiam funcionar sem
elas. No entanto, 32% revelam
dificuldade em recrutar pessoas para trabalhar com IA e relatam que, em média, o
processo de recrutamento de profissionais com competências digitais é muito
demorado, e que se estende por quase cinco meses.
Como resultado, 76% das organizações em Portugal
afirmam que estão disponíveis para pagar salários mais altos a candidatos com
formação em IA.
Cerca de 69% das empresas indica que, como consequência
da dificuldade em recrutar, sentiu um aumento direto nos custos operacionais;
mais de um terço das organizações (36%) viram-se obrigadas a adiar a adoção de
novas tecnologias, e outro terço (33%) enfrentou obstáculos na implementação
eficaz das tecnologias já existentes.
Formar ou requalificar os recursos humanos já existentes
é uma alternativa, no entanto, 27% das empresas indicam que esse é, também, um
desafio. "Portugal caminha para um
futuro digital, e as empresas locais estão a apostar na IA, que consideram uma
ferramenta essencial para impulsionar a inovação e a competitividade, mas é
crucial abordar o facto de que para maximizar este potencial, há que manter o
foco no desenvolvimento de competências digitais. A AWS está a investir na formação
de profissionais de tecnologia um pouco por todo o mundo, e também em Portugal.
Apostamos no desenvolvimento de competências e conhecimentos em cloud através
de diversas iniciativas – programas de formação universitária e profissional,
cursos virtuais e webinars, certificações profissionais em cloud e
desenvolvimento de grupos e comunidades locais", conclui Suzana Curic.
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